quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fichamentos do capítulo 4 : O universo espiritual da polis

1)


1 – Tema:

Este capítulo faz parte de um livro introdutório, no qual o autor procura rever as origens do pensamento grego, abarcando temas fundamentais, como o surgimento da filosofia, transformações social durante o período da realeza micênica e o surgimento e solidificação da polis. Utilizando variadas fontes historiográficas, esboça importantes facetas que descrevem a história do pensamento grego.



2 – Tese Central:

A primeira parte do capítulo refere-se ao surgimento da polis, situada entre VIII e VII, as mudanças sociais motivadas por ela e a mudança nas relações humanas que, como afirma Jean-Pierre Vernant, será plenamente sentida pelos gregos.

Além disso, o autor, em uma segunda parte, apresenta a mudança ocorrida com relação às palavras, que se torna essencial no tocante à arte política, fazendo com que a oratória, passe a representar um instrumento excepcionalmente eficaz na aquisição do poder, contribuindo ainda, com a plenitude do funcionamento da publicidade. Esse meio de divulgação ocasiona conseqüências decisivas no plano intelectual da época.

Contudo, como fica evidente em uma terceira parte do capítulo dividido de maneira implícita, a essa publicidade, surgem dificuldades e resistências severas, que tolhem seus progressos. Movimentações políticas secretas, por meio de operações misteriosas e sobrenaturais, despontam como obstáculos a essa nova forma de alcance de poder: a publicidade.

No tocante ao surgimento da Filosofia, ao autor aponta à ambigüidade com a qual ela se posiciona em relação à publicidade. Essa ambigüidade é explicada na seguinte assertiva, que se constitui por uma prerrogativa filosófica: “em seus méritos, em sua inspiração, aparentar-se-á ao mesmo tempo às iniciações dos mistérios e às controvérsias da ágora; flutuará entre o espírito de segredo próprio das seitas e a publicidade do debate contraditório que caracteriza a atividade política”. Essa questão permeia um quarto ponto essencial do capítulo da obra de Vernant.

A questão da isonomia na polis é também um fator importante do capítulo e encontra-se em uma quinta parte do mesmo. Trata da política de igualdade surgida na polis, onde todos os homens passam a ser considerados como iguais. Dessa maneira, considerados como iguais, a participação de todos os cidadãos no exercício do poder, tornou-se uma realidade no “Universo espiritual da polis”.

A última parte do capítulo diz respeito ao caso de Esparta em que, apesar do fator militar representar uma questão decisiva, há alterações em seu cenário entre os séculos VII e VI. Ocorre que é consagrado um equilíbrio entre as instâncias: funções, virtudes e valores opostos. Deste modo, a orientação de Esparta continua sendo para a guerra, porém, ordenada pelas leis. Passa a ordem, a ser a reguladora de todos os indivíduos, que passam a impor limites à sua vontade de expansão.



2)

O surgimento da polis foi entre o século VIII e VII a.c. , este sistema implica em uma projeção da palavra sobre todos os outros meios de poder, através da persuasão obtida pela oratória.



Este advento se deu quando o interesse comum passou a ser proeminente aos da minoria que detinham o poder como os sacerdotes e os monarcas, impedindo que estes continuassem as “ escuras” com a decisão sobre o destino da população.

A cultura grega constituiu-se nessa época, os cultos antes cheios de mistérios e segredos, tornaram-se públicos, oficiais das polis, o poder divino estendeu-se sobre todos proporcionando sempre maior o acesso ao mundo espiritual antes dedicado apenas a aristocracia de caráter guerreiro e sacerdotal, com isso a Política e a religião vão se afastando cada vez mais.



A escrita tornou-se livre, o conhecimento era difundido, havia portanto uma cultura comum e através desta surgiram as regras, leis e a idéia de que todos têm os mesmos direitos ,partindo do ideal da semelhança criando a unidade da polis pois para os gregos, só os semelhantes podem encontrar-se mutuamente unidos pela Philia, associados numa mesma comunidade, sem relações hierárquicas de submissão e de domínio.


3)


A polis surgiu através do pensamento grego por volta dos séculos VII e VIII, onde o seu principal instrumento era a oratória. O qual funcionava através da habilidade humana de persuasão.

Com essa nova forma de governo (polis), começa a decair o poder absoluto dos monarcas, onde os governantes agora têm que prestar contas das suas atitudes. As pessoas não são mais tão conservadoras, e sim mais criticas.

Nesta época também se inicia a proliferação da escrita entre a população, o que foi uma importante ferramenta utilizada no marketing. E com isso começou a se colocar as leis no papel, o que mais uma vez ajudou com que estas leis fossem aplicadas a todos os seres humanos por igualdade.

Antes as sabedorias e artigos religiosos eram restritos aos sacerdotes, os quais os mantinham em segredo para apoiar a sua “superioridade”, e agora o povo também desfrutava do que antes era escondido. Com isso o poder político começou a se separar da religiosidade.

A minoria da população que ainda continha privilégios era apenas espiritual, e não como antes que, por exemplo, havia heróis que continham poderes sobrenaturais. Todos, sem restrição de nascimento ou classe podiam se tornar imortais.

E a cada nova descoberta no âmbito das ciências havia uma nova discussão com a religião.

Como em todos os processos de transição, na polis não foi diferente, todas essas mudanças não se deram de um dia para o outro, e sim gradativamente.


4)


Com o advento da polis,por volta dos séculos VIII e VII a.C,a història do pensamento grego sofrerà alterações profundas.

A polis trouxe com ela,dentre outros fatores de suma importância,uma taxa demográfica e de densidade ocupacional mais elevadas,o que implicava consequentemente em estabelecimento de teias de relações através da comunicação entre os habitantes da cidade-estado grega.

A comunicação entre os gregos,era estabelecida ,obviamente,pela “palavra”,ou “logos” ,em suas formas escritas ou falada.È assim que o logos se torna elemento essencial na arte de fazer política,a política tida pelos gregos como o maior instrumento do poder.

Fazendo-se o uso da palavra na arte de fazer política ,ela deixa de ser mero instrumento de expressão no diàlogo,deixa de ser simplismente “phonè”(voz),para se tornar “logos” ,pelo qual o homem demonstrarà o útil e o nocivo,diferenciando-se assim dos demais animais.

A palavra è debate,contradição e argumentação.

A vida em sociedade na polis,também pode ser entendida levando-se em conta que este modo de vivência acarretava em uma excessiva publicação de todas as manifestações mais importantes da vida social.agora havia uma noção de interesse comum,opondo-se ao “privado”,manifestações pùblicas opondo-se as manifestações secretas.

O setor pùblico,obviamente atuava como ditador e moderador de condutas,a exigência “do pùblico”tornava necessário apreender progressivamente em favor do “todo social”.Com



5)


Com o surgimento da Polis, no período arcaico, a Grécia se reconhece numa certa forma de vida social. Surgem novas formas de pensamento e de relações entre os homens, constituindo inovações que se tornariam decisivas a partir de então.

O poder da palavra torna-se um poderoso instrumento político, a chave de toda autoridade no Estado. A palavra toma força de persuasão, cria debates contraditórios, discussão, argumentação. A partir daí,todas as questões relativas ao interesse comum seriam submetidas à arte da oratória.O exercício da linguagem passa a ser essencialmente político abrindo assim caminho às pesquisas de Aristóteles definindo técnicas de persuasão e regras da demonstração.

Uma outra característica da Polis é sem dúvida a publicidade devida às manifestações estabelecidas em domínio público, opondo aos interesses privados ou secretos. No plano intelectual essa divulgação terá conseqüências decisivas, em especial o acesso ao mundo espiritual, onde apenas era reservado à aristocracia de cunho guerreiro e sacerdotal, como garantia de poder.

Segundo Vernan,assim como a palavra é o instrumento político da Polis, no meio intelectual, a escrita vai fornecer no campo de uma cultura comum, maior divulgação de conhecimentos. Com a escrita, é possível cumprir uma reivindicação desde o nascimento da cidade: a redação das leis,criando assim uma regra comum,aplicada a todos da mesma maneira, sujeita à discussão e só sofrendo modificação por decreto.

Conforme relata o autor, quando o saber tornar-se público por meio da escrita ,seja sob forma de livro inscrição em pedra ou tábuas ,sua sabedoria constituir-se á em si mesma como verdade.Ela será destacada e tornar-se á um direito acessível a todos.Não se trata mais de um segredo religioso ou de seitas reservados a apenas alguns eleitos.

A proteção que a divindade reservava outrora a seus eleitos, agora exerce em benefício da cidade toda.Todos os símbolos religiosos,brasões conservados como talismãs vão emigrar para o templo público tornando-se sob o olhar da cidade um espetáculo,um ensinamento sobre os deuses.

A vida social, gradativamente torna-se pública,mas ainda permanecem em alguns domínios ,práticas secretas que operam por vias misteriosas,como a utilização de santuários e oráculos como práticas de governo,além disso no campo da religião,seitas,confrarias e mistérios formam grupos fechados e hierarquizados onde jovens são iniciados e recebem ensinamentos da sabedoria e mistérios ocultos,onde serão elevados a condição superior de sábio.

Paradoxalmente quando o sábio transmite à cidade verdades, leva para a praça pública um saber que ao mesmo tempo é inacessível a todos.

É nessa ambiguidade que a filosofia nasce, com seus métodos e inspirações. É ao mesmo tempo dada à iniciação dos mistérios e caracterizada por integrar-se aos debates das praças públicas podendo também como o movimento sofista, oferecer-se livremente a cada cidadão, conforme pagamento em dinheiro.

Um outro traço característico da polis, é que os cidadãos que a compõe,independente de classe origem ou função aparecem como “semelhantes”pois para os gregos somente os iguais podem viver em comunidade formando uma relação recíproca com igual participação política e perante a lei.A nobreza militar pela primeira vez tem seu lugar na organização política.

No domínio da guerra a democratização da função militar causa uma transformação da ética do guerreiro tornando-o soldado-cidadão, mantendo um domínio completo sobre si submetendo-se a uma disciplina comum,esforçando em dominar impulsos instintivos que fariam pôr em risco a ordem geral.

Na mentalidade Espartana,é o fator militar que desempenha o papel decisivo.Esparta concentra-se em si mesma e em instituições que a consagrem completamente à guerra.Repudia a ostentação,o luxo, fecha-se ao intercâmbio comercial estrangeiro, e permanece fora de todas correntes intelectuais.

Deve-se ressaltar também uma outra característica importante que torna Esparta adiantada para o seu tempo, uma reforma igualitária que constitui um corpo de soldados-cidadãos dispondo todos eles de um lote de terra exatamente igual e uma vida social com imposição de um regime austero comum a todos.

É nessa ordem que a sociedade Espartana se encontra. O rei já não ocupa o topo da pirâmide e todo cidadão que tenha recebido treinamento militar, encontra-se elevado ao mesmo plano.É a ordem que regula o poder.Toda ameaça ao equilíbrio coloca assim em risco a própria cidade.

Reconhecida como supremacia da lei e da ordem, a preocupação primeira é de ordem militar.A palavra jamais poderá tornar-se instrumento político como o é em outros lugares. Ali os cidadãos celebrarão o poder como instrumento de lei e deixarão a outros a honra de explicitar as noções morais e políticas.


6)


O autor Jean-Pierre Vernant destaca no capítulo 4 que a polis é um acontecimento decisivo, onde a palavra passa a ter um poder diferenciado, ele destaca a retórica que é a arte do discurso e a sofística como sendo a arte do argumento, Jean –Pierre mostra as características que envolvem a polis ,como o choque do público e do privado, as coisas públicas, a relação que liga a política e o logos ou seja a razão. A palavra até então era um privilégio dos reis, a polis traz consigo o debate contraditório , a atuação dos sacerdotes passa por outros olhares oficializa-se os cultos como sendo da cidade. O nascimento da filosofia desperta os debates para a praça pública. Começa a ocorrer um bem comum com a divulgação do saber por meio da escrita, não se trata mais de um eleito ou favorecido pelo divino para ter o conhecimento. A filosofia se mostra com duas caras metades ,a publicidade que gira em torno do debate em praça pública e o espírito de segredo próprio das seitas. A sabedoria se mostra paradoxal dá um saber ao público mesmo sabendo que poucos terão acesso ao seu sentido. O autor cita Esparta com suas características bem marcantes, o predomínio do fator militar e a influência que este exerce sobre a lei e a ordem tão predominantes. Nos séculos VII e VI Esparta passa por um processo de ruptura, voltando para si e fortalecendo as instituições de guerra. Fecha-se para o estrangeiro em todos os aspectos, suas preocupações se voltam para as forças militares, a palavra não traz para Esparta o mesmo significado que tem para outras regiões. A força é destaque em toda a cidade, as formas para que ela consiga manter –se protegida torna-se uma busca obstinada envolta em rituais de iniciações guerreiras.


7)

O surgimento da Polis constituiu um acontecimento decisivo na história do pensamento grego. No sistema da Pólis, a palavra tornou-se o principal instrumento de poder político e a chave de toda a autoridade e o meio de comando e domínio sobre outrem. À esse poder os gregos farão uma divindade: PHEITÓ, à força de persuasão. A palavra não é mais o termo ritual, a fórmula justa, mas o debate contraditório, a discussão, a argumentação. Todas as questões de interesse geral são submetidas à arte oratória e deverão resolver-se na conclusão de um debate. A arte da política é essencialmente exercício de linguagem.

A cultura grega que era antes privilegio exclusivo dos basileus, para a ser divulgada a todos, tornando-se elementos de uma cultura comum sujeitos à critica e à controvérsia. A discussão, a argumentação e a polemica tornou-se as regras do jogo intelectual e político. A escrita vai fornecer no plano intelectual, o meio de cultura comum é permitir uma completa divulgação de conhecimentos previamente reservados ou interditos. As leis são escritas, o que lhe fornece permanência e fixidez. A verdade do sábio, como o segredo religioso, é revelação do essencial, descoberta de uma realidade superior que ultrapassa o comum dos homens. Os antigos sacerdócios pertenciam como propriedade particular a certo gene marcavam seu parentesco com o poder divino; a polis, quando constituída confisca-os em seu proveito e os transforma em cultos oficiais da cidade. Todos os sacra, símbolos religiosos, talismãs saem dos palácios para o templo, morada aberta e públicos. As narrativas secretas e formulas ocultas se despojam do seu mistério para tornarem-se verdades que os Sábios irão debater. Muitas cidades colocam sua salvação na posse de relíquias secretas: oradas ceróis, cujo tumulo ignorado, não deve ser conhecido, sob pena de arruinar o Estado.

No domínio da religião, desenvolvem-se à margem da cidade e ao lado do culto publico associações fundadas secretamente. Sua função é selecionar por meio de uma serie de provas, uma minoria de eleitos que se beneficiaram com privilegio inacessíveis aos comuns.

O Sábio é considerado como um ser divino. A sabedoria revela uma verdade que deve ser paga ao preço de duros esforços, oculta aos altos do vulgo; exprime certamente e segredo, formula-os em palavras, mas o povo pode aprender seu sentido. O filosofo não deixará de oxilar entre duas tentativas contrarias. Ora se retirará do mundo para recolher-se numa sabedoria puramente privada.

O vinculo do homem com o homem, vai tomar a forma de uma relação recíprosa, reversível, substituindo as relações hierárquicas de submissão e domínio no esquema da cidade.

Na Pólis, o estado de soldado coincide com o de cidadão. A falange faz do hoplita, uma unidade permutável, um elemento semelhante a todos os outros. O valor individual não deve jamais se manifestar senão no quadro imposto pela manobra de conjunto. O que se destaca é um ideal de reserva e moderação, um estilo de vida severa, quase ascética, que faz desaparecer entre os cidadãos as diferenças de costumes, aproximando-se como membros de uma só família.

Em Esparta, o fator militar desempenha o papel decisivo. Esporta concentra-se em se mesmo se consagra completamente à guerra. Todos os que, tendo o treino militar com a série das provas e iniciações, possuem um kleros e participam das sissitias encontram-se elevados ao mesmo plano. É esse plano que define a cidade. A ordem é primeiro em relação ao poder. Igualmente a palavra não poderá torna-se, em Esparta, o instrumento político que será em outros lugares, nem adotara forme de discussão, de argumentação e refutação. No lugar da palavra os espartamos celebrarão, como instrumento de lei, o poder de PHOBOS, o poder de temor que curva todos os cidadãos à obediência.



8)

O aparecimento da polis constitui na história do pensamento grego. No plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas conseqüências; a polis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas, por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma nova forma, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. O que implica o sistema da polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os instrumentos do poder. A polis, quando é constituída confisca-os em seu proveito e os transforma em cultos oficiais da cidade.

A primeira característica da polis é que todas as questões são submetidas à arte oratória e deverão resolver-se na conclusão de um debate; a segunda característica é o cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social. A lei da polis, por oposição ao poder absoluto do monarca, exige que umas e outras sejam igualmente submetidas à “prestação de contas”.

O prestígio da palavra e o desenvolvimento das práticas públicas, uma qualidade para se caracterizar o universo espiritual da polis. Os que combinam a cidade, por mais distinta que sejam por sua origem, sua classe, sua função, apresentam de certo modo “semelhanças” uns aos outros. Estas semelhanças fundam a unidade da polis, pois para os gregos somente os semelhantes podem encontrar-se reciprocamente ligados pela Philia, agregados numa mesma sociedade.

Atitudes psicológicas que se manifestam em toda a vida social, marcam um ato decisivo na história da polis. Certo momento em que a cidade recusa as atitudes convencionais da aristocracia tendentes a engrandecer os prestígios, a reforçar o poder dos indivíduos e do gene, a engrandecê-los acima do comum. Todas essas atitudes são rejeitadas, pois desequilibram a cidade.

Por fim, é recomendado um ideal severo de reserva e moderação, um estilo de vida rígido que faz desaparecer na sociedade as desigualdades de culturas para poder uni-los numa só sociedade.


9)

No texto de Jean-Pierre Vernant capitulo IV, ele começa a introduzir o sentido da Polis para os Gregos que traz o poder da palavra como instrumento político da palavra. Que por este discurso tem perfusão da palavra que era usada nos rituais religiosos trazendo um novo significado onde eram usadas nos debates nos debates discussões e argumentação. Onde esta força é medida entre dois discursos direcionados ao público. O soberano tinha a função de organizar e definir a Arché pela eloqüência faz-se os debates e formulação de discursos e conclusões. Em uma relação próxima a política e os logos em uma função mais recíproco onde a linguagem se torna uma arte política enquanto os logos “toma consciência de si mesmo e de suas regras” tornando-se eficaz na política.

A analise do discurso compreende-se a retórica e a sofística sendo usada nas disputas na assembléia abrindo espaço para as pesquisas de Aristóteles com a sua “técnica” de persuasão e o saber teórico.

Pode ser dito também que a polis era de manifestação da vida social e tratando-se de “assuntos privados e praticas abertas “trazido por interesses em comum e a democratizarão. Em um acesso em comum no mundo espiritual da cultura Grega onde a manifestações culturais tomada por elementos conhecimento e valores ao público sendo alvo de criticas e controvérsias e interpretações das mais diversas. A discussão torna-se regras do jogo político e intelectual exercendo sobre a comunidade, onde se impõem não só pelo prestigio pessoal, mas por uma ordem dialética a palavra cria a vida política e o plano cultural e intelectual por meio da escrita tendo a divulgação do conhecimento tornando-se um bem comum aos cidadões tomados pela mesma importância que a língua falada.

Na Grécia as leis eram comuns e aplicadas a todos sendo uma norma racional podendo ser posta em discurssões e modificáveis por meios de decretos. O individuo pode se tomar publica por meio da escrita podendo se realizado de duas formas em livros ou contas paradigmas. O sabem divino era entregue a escrita sendo um direito acessível a todos e submetendo a um discurso político sendo aceita e reconhecida por todos. O saber secreto foi uma mudança que se fez na cidade a oficialização dos cultos e todos os artigos simbólicos e religiosos narrativos secretos e o poder religioso faz “verdades” que são debatidas por sábios. A idéia de uma vida política tem como uma religião oficial aonde ela vai afastando os problemas humanos e não se encontra próxima às alternâncias da Arché. O domínio da religião que a crise aproxima da cidade e ao lado do culto publico algumas famílias sacerdotais possui segredos religiosos que era considerado como propriedade particular de um lado via-se os privilégios religiosos e de outro lado o publico uma verdade inacessível que não era exposta. O ensinamento da sabedoria tinha como objetivo transformar o homem tendo certa divindade o sábio buscava transmitir a verdade. O publico desejava o saber, mas não tem acesso a ele enquanto o sábio possui acesso a este saber. O filosofo não deixa de oscilar entre as atitudes de duvidar e as tentações contrárias.

A isonomia era a participação dos no poder, um exercício democrático e ter este valor democrático a isonomia reconstrói muito mais até as origens da Polis. Por reivindicações populares foram ganhando mais espaço e igualdade na sua organização política.

A também duas categorias militares os hoplita soldados armados e combate em linhas que soldados cidadões e os hippeus sendo que contavam para eles eram as façanhas individuais feitas em combates. A honra e o desejo de triunfar sobre o adversário e as honras fúnebres aos melhores soldados. O comportamento psicológico e típico da época que manifesta não somente na guerra, mas em todos os planos da vida social. A divisão da cidade colocando-a contra si mesmo e um sentimento de distancia de um individuo ao outro e as desigualdades sociais; Esparta começa a “concentrar em si mesma” e a se fechar a todo o desenvolvimento em um desenvolvimento em uma unidade estado e equilibro recíproco. O estado espartano já não se formava mais com os demais. Exemplo, os Micenos não tinha um rei que ocupava o topo tendo um treinamento militar possuindo a Kleros participando das Sissitias encontrada em um plano, mas elevado a ordem social não dependendo de um soberano a ordem é regulada pelo poder de todos os indivíduos “ impõem limites a sua vontade de expansão sendo que a ordem” e a primeira a uma relação ao poder. A Arché e a lei Esparta assim admitindo a supremacia da lei e da ordem e a mudança do estado e a “cidade se torna um cosmo equilibrado e harmonioso”.

10)

Jean Pierre Vernant tem com objetivo mostrar ao público leitor, as mudanças com o surgimento da Polis o poder da argumentação e da palavra e o mundo espiritual do povo grego.

Quando a Polis surge o pensamento grego muda de forma decisiva: O poder da palavra, a força da persuasão fórmula certos ritos religiosos, a palavra também tem um siginificado importante para os gregos, ela é debate, argumentação, discussão, contradição entre dois grupos assegurando á vitória de um dos oradores sobre seu adversário.

A Polis tem outra característica importante, a publicidade. Sob o olhar de todos em pleno dia é colocado um conjunto de condutas, um movimento de democratização que leva á conseqüências no plano intelectual. Valores técnicos mentais são levados á praça pública sujeito á crítica e controvérsia. A lei da Polis é importante e se torna uma verdade, e não mais um segredo religioso como antes.

O poder da palavra é que formava o instrumento político, e a escrita favorecia o plano intelectual por meio de uma cultura comum, ela satisfaz a função da publicidade pois ela tem quase o mesmo direito da língua falada. O grego quer tornar público o saber da escrita seja escrevendo livros com fez os primeiros filósofos ou sob forma de parápegma que é a escrita monumental em pedra.

A verdade do sábio, o segredo religioso é uma revelação que é entregue á escrita em círculo fechado das seitas para depois ser expostas aos olhares de toda a cidade, sendo acessível a todos, a religiosidade que autora era reservada aos sacerdócios, com o surgimento da Polis é transformada em cultos oficiais, e a proteção divina é um benefício de toda a comunidade. Os objetos sagrados que estavam nos palácios ou nas casas de sacerdotes vão para os templos sagrados. A religiosidade é uma verdade que os sábios debatem.

Houve resistências e dificuldades da passagem da religiosidade secreta para a vida pública, obstáculos que limitavam o progresso. Existe o domínio da religião, paralelo ao culto público que é uma seita de grupos fechados, hierarquizados, que eleitos inacessíveis ao comum.

Na antiguidade a espiritualidade não aconteceria sem antes haver um repercussão política, os eleitos eram considerados santos . Os segredos religiosos pertenciam as famílias sacerdotais e em nenhum momento se tornava público.

Séculos mais tarde antes de cristo nasce a filosofia que fica numa posição ambígua, flutuará entre o espírito do segredo e a publicidade do debate que caracteriza a atividade política. Polis um conjunto de cidades gregas que formada pelo vínculo e a reciprocidade entre os homens, esses que tem formação militar tem conseqüentemente preparação para a política.

Autor Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego.


11)


Neste capítulo, o autor Jean-Pierre Vernant nos introduz à mais importante instituição da Antiguidade Grega dos séculos V e IX a. c. , um período no qual a vida pública adquire uma importância fundamental para os gregos; a polis, com foco em três aspectos fundamentais:

- Prestígio da Palavra;

- Desenvolvimento das práticas públicas;

- Semelhança entre os indivíduos;

A partis da polis os mitos deram espaço ao pensamento racional, mas não foram esquecidos.

Um dos aspectos fundamentais da polis, como citado anteriormente, é a preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos de poder. Era a palavra que formava o instrumento da vida política e a escrita que fornecia o meio de uma cultura comum.

A escrita formava, ao lado da recitação decorada dos textos de Homero e/ou Hesíodo, o elemento base da paidéia grega, e os gregos a utilizavam com a intenção de que esta pudesse servir como um bem comum da cidade, acessível a todos. Mas, em contrapartida, no domínio da religião, desenvolveu-se associações fundadas secretamente, entregando ao público um saber que proclamava ao mesmo tempo inacessível à maior parte.

Outro aspecto que caracterizava o universo espiritual da polis é de que apenas os semelhantes podem encontrar-se mutuamente unidos pela Philia. Por mais diferentes que fossem sua origem, classe ou função eles eram, de certa forma, semelhantes.

“O vínculo do homem com o homem vai tomar assim, no esquema da cidade, a forma de uma relação recíproca, reversível, substituindo as relações hierárquicas de submissão e de domínio.” (p.65)

“No Estado espartano, a sociedade já não forma, como nos reinos micênicos, uma pirâmide cujo cimo o rei ocupa. Todos os que, tendo recebido o treino militar com a série das provas e iniciações que comporta, possuem um kleros e participam das sissitias encontram-se elevados ao mesmo plano.” (p.71)

Portanto, as características vistas até aqui, cabem apenas aos reinos micênicos, cidades de sistemas parecidos.

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