sábado, 9 de janeiro de 2010

Gabarito da prova 2 - Dezembro de 2009 NOTURNO

GABARITO DA PROVA DE INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – DEZ/2009



NOTURNO


1A – O teor do preconceito contra Sócrates consiste em compará-lo aos sofistas, que ganham dinheiro para ensinar a manejar maliciosamente as palavras e aos fisiólogos, que se dedicavam a pesquisar os fenômenos da natureza (e eram considerados ateus).

1B - Sem desprezar o saber dos sofistas e dos fisiólogos, se é que estes possuíam algum, Sócrates procura mostrar que sua atividade na cidade é completamente diferente do que o que eles fazem. Apresenta a sua atividade como uma missão, cuja origem foi a consulta de Querefonte ao deus de Delfos, o qual disse, pelo oráculo, que não havia homem mais sábio do que Sócrates. Por essa missão, ele se sentia obrigado a interrogar as pessoas a fim de saber se estas se consideravam sábias e a exortá-las a cuidar melhor de sua alma, criticando as futilidades dos cidadãos de Atenas. Declara sua ignorância a respeito de qualquer assunto e que a sabedoria humana consiste em ter consciência da própria ignorância.

2A – Existem três tipos de técnicas, segundo Aristóteles: as técnicas práticas ou úteis, as técnicas para o divertimento ou lazer e as técnicas teóricas.

2B – As artes teóricas são superiores por se tratar de um conhecimento dos princípios e das causas. As demais técnicas se subordinam a elas, pois elas dizem o porquê daquilo que é feito nas técnicas inferiores. É também um conhecimento universal e pode ser ensinado. Finalmente, trata-se do conhecimento mais livre e superior por não se subordinar às necessidades da vida, escolhido por si mesmo.

3A – Há 3 graus no procedimento da dúvida metódica, de acordo com a 1ª meditação de Descartes: o primeiro grau consiste em por em dúvida o conhecimento sensível em geral por causa dos erros dos sentidos, o segundo grau aprofunda a dúvida quanto ao conhecimento sensível com o argumento do sonho; e o terceiro grau coloca em dúvida também o conhecimento formal como a matemática através do argumento do gênio maligno. Resumindo: 1º grau: erro dos sentidos; 2º grau: o argumento do sonho; 3º grau: o gênio maligno.

3B – O gênio maligno é introduzido por Descartes para poder por em dúvida as certezas matemáticas, isto é conhecimento de aritmética e geometria, uma vez que a certeza desses conhecimentos seria imune ao argumento do sonho (“quer eu esteja acordado ou dormindo as proposições 'dois mais três são cinco' e 'um quadrado tem quatro lados' permanecem verdadeiras”). A maneira encontrada por Descartes para por em dúvida essas verdades foi supor a existência de um ser poderoso e ardiloso, o gênio maligno, que me criou e que se compraz em me enganar a todo tempo. A existência desse ser permite pensar que nada existe existe no mundo, exceto eu e o gênio maligno; se isso é assim, também as verdades matemáticas não são certas, uma vez que nada existe no mundo que corresponda a elas (por exemplo, ' 2+3=5 ' não pode ser verdadeira se no mundo não há nada que possa se referir a essa verdade.

4A – Resposta pessoal. Espera-se que que o aluno faça alusão aos seguintes pontos: a) para Sócrates, a filosofia é um modo de vida, uma busca de conhecimento cujo fim é o viver melhor; já para os demais, a filosofia é um sistema de conhecimentos; b) Aristóteles, os saberes podem ser organizados hierarquicamente e a filosofia (ou metafísica) ocupa o posto mais alto nessa hierarquia, como o conhecimento mais elevado que se pode ter, o conhecimento das causas e princípios primeiros; c) Descartes também entende a filosofia como sistema e a metafísica como a base que sustenta esse sistema, mas sua preocupação é a reformulação desse sistema a partir de uma base absolutamente indubitável, o que o leva a por em dúvida todos os conhecimentos que até então recebera.

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